26 de dez. de 2014

K-POP X J-POP

Olá meus docinhos, como estão? Eu andei meio sumida, não foi? Mas aqui estou eu \o/ 

Hoje mesmo eu estava assistindo uns vídeos do Parafernalha quando cheguei a uns de comparação entre K-POP e J-POP (vocês sabem, você começa a ver vlogs no youtube e acaba se pegando assistindo vídeos de gatinhos fofinhos ou tutoriais de como pintar o telhado da sua casa). 

Eu nunca tinha parado para prestar tanta atenção em J-POP antes, já conhecia um pouco de J-ROCK (e que é bastante bom, por sinal), mas nunca o pop japonês. E claro que uma kapopeira como eu não poderia não assistir a um vídeo desses.




O que eu achei? Bem... A diferença é tanta que chega a ser engraçada se você for tentar realmente comparar uma coisa com a outra. Não dá, igual não dá para comparar 'Pop' brasileiro com pop americano, e muito mesmo pop coreano com pop americano. Mas enfim, foi uma experiência divertida e aqui vão minhas constatações. 

J-POP: O estilo é realmente aquele amado pelos japoneses, garotinhas fofinhas, com carinha de inocentes, usando roupas kawaii. Eu tenho até medo de pesquisar a idade dessas garotas (haha se no KPOP eu já me assusto, imagina no JPOP). 

Outra coisa que eu achei bastante peculiar é que na maioria das músicas, as vozes não são valorizadas, já que todas cantam juntas como uma imensa massa de vozes parecidas. 

A qualidade dos vídeos também são muito diferentes, tanto os cenários, quanto as roupas e o visual das cantoras. Elas parecem clones fofinhos cantando juntinhos e dançando coreografias mais fáceis e fofinhas (muita fofura junta). Além do mais, o estilo dos grupos japoneses parece não mudar, nem de um para o outro.

Porém, as músicas são animadas e realmente tem cara de japonês.

K-POP: Ah, o que falar do KPOP? Ao contrário do JPOP, esse estilo aposta nas mudanças. Cada comeback é esperado coisa nova, mas eles costumam oscilar entre um concept mais fofo e um mais sexy. Porém, mesmo assim, eles sempre procuram maneiras novas de fazer o que já foi feito (?). 

A separação das partes normalmente é feita com exatidão, para que a música fique algo fluído e contagiante, mas valorizando a capacidade dos artistas. 

As roupas são bem cuidadas e parece que o MV (music video) inteiro é uma grande obra de Hollywood (haja dinheiro). Mas tudo isso para ficar impecável e agradar o público Worldwide. As coreografias raramente são repetidas de uma música para outra e ficam cada vez mais trabalhadas.

Mas o que eu acho interessante é que as músicas coreanas parecem querer agradar mais o público de fora, ou algo mais... Postiço. 



Depois de vê esses vídeos, eu me interessei mais pala música japonesa. Eu sei que muito nos vídeos são um pouco zoados e completamente diferentes do que eu estou acostumada (Kyary Pamyu Pamyu que vos diga), mas eu particularmente gosto bastante de músicas mais animadas e com carinha de  personagens anime.

E vocês? Gostam de algum desses estilos? Comentem ai embaixo.


Beijocas e até mais!


1 de dez. de 2014

Resenha do livro "Jesus e a sexualidade"

     Tudo começou num dia que decidi passar na banca pra ver o que tinha para comprar (pois o consumismo e eu somos melhores amigos). E eu vi esse livro que de cara me chamou atenção pelo título. Assim, decidi ler aqueles resumos de fim de livro, que na primeira linha informava que o escritor era um padre excomungado, o padre Beto. Então isso despertou minha curiosidade, continuando a ler, pude confirmar que ele tratava de assuntos que a igreja ou acusa sem falar muito ou então nem tocam no assunto.

     O livro é divido em introdução e mais onze capitulos, trata de sexualidade (como o título assim sugere), prazer, sexo antes do casamento, fidelidade, casamento, homossexualidade, métodos contraceptivos, a família.
    Esse foi um livro que realmente me fez refletir e pensar que tem gente na igreja querendo acompanhar a mudança do mundo, mas mais do que isso, entende que nem tudo que a igreja prega é coerente e que nem tudo podemos ouvir um padre falando na missa ou ler a bíblia e simplesmente aceitar, temos que nos questionar.
     Ele aponta falhas na igreja, algumas que eu nem tinha notado, e ele traz o leitor a analisar de um ponto diferente. Como em um exemplo que ele dá, um homem que tem um relacionamento sério com três mulheres e todas sabem disso, é traição? Eu mesma não saberia o que dizer, acho que diria não, e considerando que elas ainda se tornaram amigas, isso seria traição? Uns podem dizer que sim, mas se todos estavam de acordo, só porque não era um casal, não quer dizer que fosse traição, não é mesmo?
     Também fala sobre a masturbação, aquela palavra que não pode ser dita, nem escrita, menos ainda por mulher, menos ainda praticada. Parando de exagero, ele mostra que se você se masturbar, você consegue saber como fazer seu companheiro te tocar e ambos terem prazer. E convenhamos, isso não é novidade.
     Fala sobre homossexuais e mostra que não há motivo para as igrejas simplesmente não aceitarem. E que não importa com quem você casa ou faz sexo, desde que sejam pessoas adultas e que ambas queiram isso.
     Sobre os preservativos ele é simples: usem. E quanto a sexo ser apenas para procriar, ele mostra que Jesus não falou nada disso e o único que implica com sexo em si é um dos apóstolos, Paulo se não me falha a memória.

     E pra completar, ele mostra que Deus é amor e no final das contas o pecado está em atos de desamor como o preconceito, o descaso com a saúde pública e com a educação. Então, um livro muito bom para refletir sobre o que a religião impõem e sobre o que ela trata de maneira torta.

8 de nov. de 2014

Armário das lágrimas

As lágrimas que não podem nem devem ser ouvidas
Não em casa, não pela família,
Só se permite cair antes de dormir.
Ou enquanto banho,
Onde as gotas do chuveiro se juntam as minhas lágrimas.

Mesmo que eu queira gritar aos quatro ventos
Não posso.
Serei a vergonha da família,
A pessoa mais desprezível,
Doente, que não ligo para meus pais.

- O que os vizinhos dirão?
- Não criamos você para isso!
- Onde erramos?
Perguntas que sei que virão.
Mais cedo ou mais tarde.

Hoje escolho esconder o meu eu
Por trás do fone de ouvido alto
Por trás da minha falta de interesse nas pessoas que passam.
Não que eu não ligue para as pessoas,
Mas é mais fácil não ver
E assim não comentar.

Hoje eu me escondo
E as lágrimas continuarão saindo escondidas
Sem consentimento
E quando percebidas
Com uma desculpa esfarrapada.

Passarei mais uns anos aqui,
Com as portas do armários fechadas.
E mesmo que eu venha a ser a decepção da família
E mesmo que isso me doa,
Eu simplesmente não posso mudar.
O máximo que eu poderia fazer
Seria deixar de existir,
Contudo não é algo que eu queira.


Niko


E desculpem a ausência até parece que alguém sente minha falta, mas falta de criatividade agora é quase minha melhor amiga, e não tem me deixado. Sem contar, que isso aqui também não tá lá essas coisas. Mas eu realmente precisava desabafar

31 de out. de 2014

O Gato Preto


Não espero nem peço que se dê crédito à história sumamente extraordinária e, no entanto, bastante doméstica que vou narrar. Louco seria eu se esperasse tal coisa, tratando-se de um caso que os meus próprios sentidos se negam a aceitar. Não obstante, não estou louco e, com toda a certeza, não sonho. Mas amanhã morro e, por isso, gostaria, hoje, de aliviar o meu espírito. Meu propósito imediato é apresentar ao mundo, clara e sucintamente, mas sem comentários, uma série de simples acontecimentos domésticos. Devido a suas conseqüências, tais acontecimentos me aterrorizaram, torturaram e destruíram.

No entanto, não tentarei esclarecê-los. Em mim, quase não produziram outra coisa senão horror - mas, em muitas pessoas, talvez lhes pareçam menos terríveis que grotesco. Talvez, mais tarde, haja alguma inteligência que reduza o meu fantasma a algo comum - uma inteligência mais serena, mais lógica e muito menos excitável do que, a minha, que perceba, nas circunstâncias a que me refiro com terror, nada mais do que uma sucessão comum de causas e efeitos muito naturais.

Desde a infância, tornaram-se patentes a docilidade e o sentido humano de meu caráter. A ternura de meu coração era tão evidente, que me tomava alvo dos gracejos de meus companheiros. Gostava, especialmente, de animais, e meus pais me permitiam possuir grande variedade deles. Passava com eles quase todo o meu tempo, e jamais me sentia tão feliz como quando lhes dava de comer ou os acariciava. Com os anos, aumentou esta peculiaridade de meu caráter e, quando me tomei adulto, fiz dela uma das minhas principais fontes de prazer. Aos que já sentiram afeto por um cão fiel e sagaz, não preciso dar-me ao trabalho de explicar a natureza ou a intensidade da satisfação que se pode ter com isso. Há algo, no amor desinteressado, e capaz de sacrifícios, de um animal, que toca diretamente o coração daqueles que tiveram ocasiões freqüentes de comprovar a amizade mesquinha e a frágil fidelidade de um simples homem.

Casei cedo, e tive a sorte de encontrar em minha mulher disposição semelhante à minha. Notando o meu amor pelos animais domésticos, não perdia a oportunidade de arranjar as espécies mais agradáveis de bichos. Tínhamos pássaros, peixes dourados, um cão, coelhos, um macaquinho e um gato.

Este último era um animal extraordinariamente grande e belo, todo negro e de espantosa sagacidade. Ao referir-se à sua inteligência, minha mulher, que, no íntimo de seu coração, era um tanto supersticiosa, fazia freqüentes alusões à antiga crença popular de que todos os gatos pretos são feiticeiras disfarçadas. Não que ela se referisse seriamente a isso: menciono o fato apenas porque aconteceu lembrar-me disso neste momento.

Pluto - assim se chamava o gato - era o meu preferido, com o qual eu mais me distraía. Só eu o alimentava, e ele me seguia sempre pela casa. Tinha dificuldade, mesmo, em impedir que me acompanhasse pela rua.

Nossa amizade durou, desse modo, vários anos, durante os quais não só o meu caráter como o meu temperamento - enrubesço ao confessá-lo - sofreram, devido ao demônio da intemperança, uma modificação radical para pior. Tomava-me, dia a dia, mais taciturno, mais irritadiço, mais indiferente aos sentimentos dos outros. Sofria ao empregar linguagem desabrida ao dirigir-me à minha mulher. No fim, cheguei mesmo a tratá-la com violência. Meus animais, certamente, sentiam a mudança operada em meu caráter. Não apenas não lhes dava atenção alguma, como, ainda, os maltratava. Quanto a Pluto, porém, ainda despertava em mim consideração suficiente que me impedia de maltratá-lo, ao passo que não sentia escrúpulo algum em maltratar os coelhos, o macaco e mesmo o cão, quando, por acaso ou afeto, cruzavam em meu caminho. Meu mal, porém, ia tomando conta de mim - que outro mal pode se comparar ao álcool? - e, no fim, até Pluto, que começava agora a envelhecer e, por conseguinte, se tomara um tanto rabugento, até mesmo Pluto começou a sentir os efeitos de meu mau humor.

Certa noite, ao voltar a casa, muito embriagado, de uma de minhas andanças pela cidade, tive a impressão de que o gato evitava a minha presença. Apanhei-o, e ele, assustado ante a minha violência, me feriu a mão, levemente, com os dentes. Uma fúria demoníaca apoderou-se, instantaneamente, de mim. Já não sabia mais o que estava fazendo. Dir-se-ia que, súbito, minha alma abandonara o corpo, e uma perversidade mais do que diabólica, causada pela genebra, fez vibrar todas as fibras de meu ser.Tirei do bolso um canivete, abri-o, agarrei o pobre animal pela garganta e, friamente, arranquei de sua órbita um dos olhos! Enrubesço, estremeço, abraso-me de vergonha, ao referir-me, aqui, a essa abominável atrocidade.

Quando, com a chegada da manhã, voltei à razão - dissipados já os vapores de minha orgia noturna - , experimentei, pelo crime que praticara, um sentimento que era um misto de horror e remorso; mas não passou de um sentimento superficial e equívoco, pois minha alma permaneceu impassível. Mergulhei novamente em excessos, afogando logo no vinho a lembrança do que acontecera.

Entrementes, o gato se restabeleceu, lentamente. A órbita do olho perdido apresentava, é certo, um aspecto horrendo, mas não parecia mais sofrer qualquer dor. Passeava pela casa como de costume, mas, como bem se poderia esperar, fugia, tomado de extremo terror, à minha aproximação. Restava-me ainda o bastante de meu antigo coração para que, a princípio, sofresse com aquela evidente aversão por parte de um animal que, antes, me amara tanto. Mas esse sentimento logo se transformou em irritação. E, então, como para perder-me final e irremissivelmente, surgiu o espírito da perversidade. Desse espírito, a filosofia não toma conhecimento. Não obstante, tão certo como existe minha alma, creio que a perversidade é um dos impulsos primitivos do coração humano - uma das faculdades, ou sentimentos primários, que dirigem o caráter do homem. Quem não se viu, centenas de vezes, a cometer ações vis ou estúpidas, pela única razão de que sabia que não devia cometê-las? Acaso não sentimos uma inclinação constante mesmo quando estamos no melhor do nosso juízo, para violar aquilo que é lei, simplesmente porque a compreendemos como tal? Esse espírito de perversidade, digo eu, foi a causa de minha queda final. O vivo e insondável desejo da alma de atormentar-se a si mesma, de violentar sua própria natureza, de fazer o mal pelo próprio mal, foi o que me levou a continuar e, afinal, a levar a cabo o suplício que infligira ao inofensivo animal. Uma manhã, a sangue frio, meti-lhe um nó corredio em torno do pescoço e enforquei-o no galho de uma árvore. Fi-lo com os olhos cheios de lágrimas, com o coração transbordante do mais amargo remorso. Enforquei-o porque sabia que ele me amara, e porque reconhecia que não me dera motivo algum para que me voltasse contra ele. Enforquei-o porque sabia que estava cometendo um pecado - um pecado mortal que comprometia a minha alma imortal, afastando-a, se é que isso era possível, da misericórdia infinita de um Deus infinitamente misericordioso e infinitamente terrível.

Na noite do dia em que foi cometida essa ação tão cruel, fui despertado pelo grito de "fogo!". As cortinas de minha cama estavam em chamas. Toda a casa ardia. Foi com grande dificuldade que minha mulher, uma criada e eu conseguimos escapar do incêndio. A destruição foi completa. Todos os meus bens terrenos foram tragados pelo fogo, e, desde então, me entreguei ao desespero.

Não pretendo estabelecer relação alguma entre causa e efeito - entre o desastre e a atrocidade por mim cometida. Mas estou descrevendo uma seqüência de fatos, e não desejo omitir nenhum dos elos dessa cadeia de acontecimentos. No dia seguinte ao do incêndio, visitei as ruínas. As paredes, com exceção de uma apenas, tinham desmoronado. Essa única exceção era constituída por um fino tabique interior, situado no meio da casa, junto ao qual se achava a cabeceira de minha cama. O reboco havia, aí, em grande parte, resistido à ação do fogo - coisa que atribuí ao fato de ter sido ele construído recentemente. Densa multidão se reunira em torno dessa parede, e muitas pessoas examinavam, com particular atenção e minuciosidade, uma parte dela, As palavras "estranho!", "singular!", bem como outras expressões semelhantes, despertaram-me a curiosidade. Aproximei-me e vi, como se gravada em baixo-relevo sobre a superfície branca, a figura de um gato gigantesco. A imagem era de uma exatidão verdadeiramente maravilhosa. Havia uma corda em tomo do pescoço do animal.

Logo que vi tal aparição - pois não poderia considerar aquilo como sendo outra coisa - , o assombro e terror que se me apoderaram foram extremos. Mas, finalmente, a reflexão veio em meu auxílio. O gato, lembrei-me, fora enforcado num jardim existente junto à casa. Aos gritos de alarma, o jardim fora imediatamente invadido pela multidão. Alguém deve ter retirado o animal da árvore, lançando-o, através de uma janela aberta, para dentro do meu quarto. Isso foi feito, provavelmente, com a intenção de despertar-me. A queda das outras paredes havia comprimido a vítima de minha crueldade no gesso recentemente colocado sobre a parede que permanecera de pé. A cal do muro, com as chamas e o amoníaco desprendido da carcaça, produzira a imagem tal qual eu agora a via.

Embora isso satisfizesse prontamente minha razão, não conseguia fazer o mesmo, de maneira completa, com minha consciência, pois o surpreendente fato que acabo de descrever não deixou de causar-me, apesar de tudo, profunda impressão. Durante meses, não pude livrar-me do fantasma do gato e, nesse espaço de tempo, nasceu em meu espírito uma espécie de sentimento que parecia remorso, embora não o fosse. Cheguei, mesmo, a lamentar a perda do animal e a procurar, nos sórdidos lugares que então frequentava, outro bichano da mesma espécie e de aparência semelhante que pudesse substituí-lo.

Uma noite, em que me achava sentado, meio aturdido, num antro mais do que infame, tive a atenção despertada, subitamente, por um objeto negro que jazia no alto de um dos enormes barris, de genebra ou rum, que constituíam quase que o único mobiliário do recinto. Fazia já alguns minutos que olhava fixamente o alto do barril, e o que então me surpreendeu foi não ter visto antes o que havia sobre o mesmo. Aproximei-me e toquei-o com a mão. Era um gato preto, enorme - tão grande quanto Pluto - e que, sob todos os aspectos, salvo um, se assemelhava a ele. Pluto não tinha um único pelo branco em todo o corpo - e o bichano que ali estava possuía uma mancha larga e branca, embora de forma indefinida, a cobrir-lhe quase toda a região do peito.

Ao acariciar-lhe o dorso, ergueu-se imediatamente, ronronando com força e esfregando-se em minha mão, como se a minha atenção lhe causasse prazer. Era, pois, o animal que eu procurava. Apressei-me em propor ao dono a sua aquisição, mas este não manifestou interesse algum pelo felino. Não o conhecia; jamais o vira antes.

Continuei a acariciá-lo e, quando me dispunha a voltar para casa, o animal demonstrou disposição de acompanhar-me. Permiti que o fizesse - detendo-me, de vez em quando, no caminho, para acariciá-lo. Ao chegar, sentiu-se imediatamente à vontade, como se pertencesse a casa, tomando-se, logo, um dos bichanos preferidos de minha mulher.

De minha parte, passei a sentir logo aversão por ele. Acontecia, pois, justamente o contrário do que eu esperava. Mas a verdade é que - não sei como nem por quê - seu evidente amor por mim me desgostava e aborrecia. Lentamente, tais sentimentos de desgosto e fastio se converteram no mais amargo ódio. Evitava o animal. Uma sensação de vergonha, bem como a lembrança da crueldade que praticara, impediam-me de maltratá-lo fisicamente. Durante algumas semanas, não lhe bati nem pratiquei contra ele qualquer violência; mas, aos poucos - muito gradativamente - , passei a sentir por ele inenarrável horror, fugindo, em silêncio, de sua odiosa presença, como se fugisse de uma peste.

Sem dúvida, o que aumentou o meu horror pelo animal foi a descoberta, na manhã do dia seguinte ao que o levei para casa, que, como Pluto, também havia sido privado de um dos olhos. Tal circunstância, porém, apenas contribuiu para que minha mulher sentisse por ele maior carinho, pois, como já disse, era dotada, em alto grau, dessa ternura de sentimentos que constituíra, em outros tempos, um de meus traços principais, bem como fonte de muitos de meus prazeres mais simples e puros.

No entanto, a preferência que o animal demonstrava pela minha pessoa parecia aumentar em razão direta da aversão que sentia por ele. Seguia-me os passos com uma pertinácia que dificilmente poderia fazer com que o leitor compreendesse. Sempre que me sentava, enrodilhava-se embaixo de minha cadeira, ou me saltava ao colo, cobrindo-me com suas odiosas carícias. Se me levantava para andar, metia-se-me entre as pemas e quase me derrubava, ou então, cravando suas longas e afiadas garras em minha roupa, subia por ela até o meu peito. Nessas ocasiões, embora tivesse ímpetos de matá-lo de um golpe, abstinha-me de fazê-lo devido, em parte, à lembrança de meu crime anterior, mas, sobretudo - apresso-me a confessá-lo - , pelo pavor extremo que o animal me despertava.

Esse pavor não era exatamente um pavor de mal físico e, contudo, não saberia defini-lo de outra maneira. Quase me envergonha confessar - sim, mesmo nesta cela de criminoso - , quase me envergonha confessar que o terror e o pânico que o animal me inspirava eram aumentados por uma das mais puras fantasias que se possa imaginar. Minha mulher, mais de uma vez, me chamara a atenção para o aspecto da mancha branca a que já me referi, e que constituía a única diferença visível entre aquele estranho animal e o outro, que eu enforcara. O leitor, decerto, se lembrará de que aquele sinal, embora grande, tinha, a princípio, uma forma bastante indefinida. Mas, lentamente, de maneira quase imperceptível - que a minha imaginação, durante muito tempo, lutou por rejeitar como fantasiosa -, adquirira, por fim, uma nitidez rigorosa de contornos. Era, agora, a imagem de um objeto cuja menção me faz tremer... E, sobretudo por isso, eu o encarava como a um monstro de horror e repugnância, do qual eu, se tivesse coragem, me teria livrado. Era agora, confesso, a imagem de uma coisa odiosa, abominável: a imagem da forca! Oh, lúgubre e terrível máquina de horror e de crime, de agonia e de morte!

Na verdade, naquele momento eu era um miserável - um ser que ia além da própria miséria da humanidade. Era uma besta-fera, cujo irmão fora por mim desdenhosamente destruído... uma besta-fera que se engendrara em mim, homem feito à imagem do Deus Altíssimo. Oh, grande e insuportável infortúnio! Ai de mim! Nem de dia, nem de noite, conheceria jamais a bênção do descanso! Durante o dia, o animal não me deixava a sós um único momento; e, à noite, despertava de hora em hora, tomado do indescritível terror de sentir o hálito quente da coisa sobre o meu rosto, e o seu enorme peso - encarnação de um pesadelo que não podia afastar de mim - pousado eternamente sobre o meu coração!

Sob a pressão de tais tormentos, sucumbiu o pouco que restava em mim de bom. Pensamentos maus converteram-se em meus únicos companheiros - os mais sombrios e os mais perversos dos pensamentos. Minha rabugice habitual se transformou em ódio por todas as coisas e por toda a humanidade - e enquanto eu, agora, me entregava cegamente a súbitos, freqüentes e irreprimíveis acessos de cólera, minha mulher - pobre dela! - não se queixava nunca convertendo-se na mais paciente e sofredora das vítimas.

Um dia, acompanhou-me, para ajudar-me numa das tarefas domésticas, até o porão do velho edifício em que nossa pobreza nos obrigava a morar, O gato seguiu-nos e, quase fazendo-me rolar escada abaixo, me exasperou a ponto de perder o juízo. Apanhando uma machadinha e esquecendo o terror pueril que até então contivera minha mão, dirigi ao animal um golpe que teria sido mortal, se atingisse o alvo. Mas minha mulher segurou-me o braço, detendo o golpe. Tomado, então, de fúria demoníaca, livrei o braço do obstáculo que o detinha e cravei-lhe a machadinha no cérebro. Minha mulher caiu morta instantaneamente, sem lançar um gemido.

Realizado o terrível assassínio, procurei, movido por súbita resolução, esconder o corpo. Sabia que não poderia retirá-lo da casa, nem de dia nem de noite, sem correr o risco de ser visto pelos vizinhos.

Ocorreram-me vários planos. Pensei, por um instante, em cortar o corpo em pequenos pedaços e destruí-los por meio do fogo. Resolvi, depois, cavar uma fossa no chão da adega. Em seguida, pensei em atirá-lo ao poço do quintal. Mudei de idéia e decidi metê-lo num caixote, como se fosse uma mercadoria, na forma habitual, fazendo com que um carregador o retirasse da casa. Finalmente, tive uma idéia que me pareceu muito mais prática: resolvi emparedá-lo na adega, como faziam os monges da Idade Média com as suas vítimas.

Aquela adega se prestava muito bem para tal propósito. As paredes não haviam sido construídas com muito cuidado e, pouco antes, haviam sido cobertas, em toda a sua extensão, com um reboco que a umidade impedira de endurecer. Ademais, havia uma saliência numa das paredes, produzida por alguma chaminé ou lareira, que fora tapada para que se assemelhasse ao resto da adega. Não duvidei de que poderia facilmente retirar os tijolos naquele lugar, introduzir o corpo e recolocá-los do mesmo modo, sem que nenhum olhar pudesse descobrir nada que despertasse suspeita.

E não me enganei em meus cálculos. Por meio de uma alavanca, desloquei facilmente os tijolos e tendo depositado o corpo, com cuidado, de encontro à parede interior. Segurei-o nessa posição, até poder recolocar, sem grande esforço, os tijolos em seu lugar, tal como estavam anteriormente. Arranjei cimento, cal e areia e, com toda a precaução possível, preparei uma argamassa que não se podia distinguir da anterior, cobrindo com ela, escrupulosamente, a nova parede. Ao terminar, senti-me satisfeito, pois tudo correra bem. A parede não apresentava o menor sinal de ter sido rebocada. Limpei o chão com o maior cuidado e, lançando o olhar em tomo, disse, de mim para comigo: "Pelo menos aqui, o meu trabalho não foi em vão".

O passo seguinte foi procurar o animal que havia sido a causa de tão grande desgraça, pois resolvera, finalmente, matá-lo. Se, naquele momento, tivesse podido encontrá-lo, não haveria dúvida quanto à sua sorte: mas parece que o esperto animal se alarmara ante a violência de minha cólera, e procurava não aparecer diante de mim enquanto me encontrasse naquele estado de espírito. Impossível descrever ou imaginar o profundo e abençoado alívio que me causava a ausência de tão detestável felino. Não apareceu também durante a noite - e, assim, pela primeira vez, desde sua entrada em casa, consegui dormir tranqüila e profundamente. Sim, dormi mesmo com o peso daquele assassínio sobre a minha alma.

Transcorreram o segundo e o terceiro dia - e o meu algoz não apareceu. Pude respirar, novamente, como homem livre. O monstro, aterrorizado fugira para sempre de casa. Não tomaria a vê-lo! Minha felicidade era infinita! A culpa de minha tenebrosa ação pouco me inquietava. Foram feitas algumas investigações, mas respondi prontamente a todas as perguntas. Procedeu-se, também, a uma vistoria em minha casa, mas, naturalmente, nada podia ser descoberto. Eu considerava já como coisa certa a minha felicidade futura.

No quarto dia após o assassinato, uma caravana policial chegou, inesperadamente, a casa, e realizou, de novo, rigorosa investigação. Seguro, no entanto, de que ninguém descobriria jamais o lugar em que eu ocultara o cadáver, não experimentei a menor perturbação. Os policiais pediram-me que os acompanhasse em sua busca. Não deixaram de esquadrinhar um canto sequer da casa. Por fim, pela terceira ou quarta vez, desceram novamente ao porão. Não me alterei o mínimo que fosse. Meu coração batia calmamente, como o de um inocente. Andei por todo o porão, de ponta a ponta. Com os braços cruzados sobre o peito, caminhava, calmamente, de um lado para outro. A polícia estava inteiramente satisfeita e preparava-se para sair. O júbilo que me inundava o coração era forte demais para que pudesse contê-lo. Ardia de desejo de dizer uma palavra, uma única palavra, à guisa de triunfo, e também para tomar duplamente evidente a minha inocência.

- Senhores - disse, por fim, quando os policiais já subiam a escada - , é para mim motivo de grande satisfação haver desfeito qualquer suspeita. Desejo a todos os senhores ótima saúde e um pouco mais de cortesia. Diga-se de passagem, senhores, que esta é uma casa muito bem construída... (Quase não sabia o que dizia, em meu insopitável desejo de falar com naturalidade.) Poderia, mesmo, dizer que é uma casa excelentemente construída. Estas paredes - os senhores já se vão? - , estas paredes são de grande solidez.

Nessa altura, movido por pura e frenética fanfarronada, bati com força, com a bengala que tinha na mão, justamente na parte da parede atrás da qual se achava o corpo da esposa de meu coração.

Que Deus me guarde e livre das garras de Satanás! Mal o eco das batidas mergulhou no silêncio, uma voz me respondeu do fundo da tumba, primeiro com um choro entrecortado e abafado, como os soluços de uma criança; depois, de repente, com um grito prolongado, estridente, contínuo, completamente anormal e inumano. Um uivo, um grito agudo, metade de horror, metade de triunfo, como somente poderia ter surgido do inferno, da garganta dos condenados, em sua agonia, e dos demônios exultantes com a sua condenação.

Quanto aos meus pensamentos, é loucura falar. Sentindo-me desfalecer, cambaleei até à parede oposta. Durante um instante, o grupo de policiais deteve-se na escada, imobilizado pelo terror. Decorrido um momento, doze braços vigorosos atacaram a parede, que caiu por terra. O cadáver, já em adiantado estado de decomposição, e coberto de sangue coagulado, apareceu, ereto, aos olhos dos presentes.

Sobre sua cabeça, com a boca vermelha dilatada e o único olho chamejante, achava-se pousado o animal odioso, cuja astúcia me levou ao assassínio e cuja voz reveladora me entregava ao carrasco.

Eu havia emparedado o monstro dentro da tumba!


~Edgar Allan Poe


FELIZ HALLOWEEN


4 de set. de 2014

Incesto

Nossas bocas se encostaram,
Não deveríamos,
Entretanto, aprofundamos.
O que começou com um selinho sem querer,
Terminou como um beijo avassalador.

Minhas mãos percorriam seu corpo
E as suas o meu.
Mesmo sendo um toque proibido
Não queríamos apartar.

As lembranças de nossa infância
Invadiram minha mente.
Eu não consegui mais continuar o beijo.
Quando ela se tornou essa mulher?

— Não deveríamos ter feito isso.
Ela me olhou decepcionada
Ambos queríamos isso de novo.

Não pude me conter,
Não queria vê-la triste,
Ela era tudo para mim,
Era minha irmãzinha,
Aquela que eu não deixaria qualquer homem machucá-la,
Aquela que eu sempre protegerei.
E, agora, a mulher que eu queria.

3 de set. de 2014

Por você


Você parece tão distante
Seus olhos não se cruzam mais com os meus
Seu sorriso não brilha mais para mim.
Mesmo depois de tanto tempo
Eu não consegui lhe tirar de minha mente.
Você não se lembra de mim
Eu sei bem que não sou mais ninguém
Em sua vida.
Mas eu não posso apagar
Todos os momentos felizes
Todos os sorrisos e abraços
Tudo o que um dia fomos.
Eu queria poder lhe fazer voltar
Fazer você se lembrar de mim,
Mas nem sei mais se é possível
Só sei que estarei aqui
Todos os dias
Sentindo tudo o que senti em toda minha vida
Por você
Guardando e cuidando de todo meu amor...
Tudo por você.


20 de ago. de 2014

Resenha - Heirs

Olá pessoal, como estão vocês?

Eu tinha planejado postar alguma coisa no blog, mas eu esqueci o que era, então resolvi fazer essa resenha do último K-drama que assisti. Heirs!!!


O drama é a história de Kim Tan, o segundo filho do dono de uma grande companhia que se apaixona por Eun Sang, a filha da empregada. Ambos estão apaixonado, mas Eun Sang não quer assumir nada com o rapaz para não causar problemas - já que ninguém a princípio aceita o relacionamento dos dois. Resumindo dessa forma, até parece que o dorama é um daqueles típicos clichês de amor impossível e que tudo supera. Bem... é mais ou menos isso. Mas como eu não gosto de dizer que as coisas são clichês, vou falar o que diferencia esse dos outros.

Vou começar com o protagonista Kim Tan, que, pelo que contam do passado da personagem, é um daqueles famosos bad boys de escola, mas quando conhece a Eun Sang mostra seu verdadeiro lado. Ele sempre quis que todos da família estivessem felizes e bem, mesmo o meio-irmão que parecia nutrir um ódio
por ele. Outra coisa interessante é que ele luta pelo que quer e, nesse caso, luta pela Eun Sang, mesmo com todos dizendo não, ele não se importava e ia atrás para provar o quanto gostava da garota.

Esse ponto é o que não vemos em Won (o meio irmão), ele se importa apenas em ter uma boa carreira e herdar a companhia do pai. Mesmo estando apaixonado por Joo Eun, a deixava sempre em segundo plano para não ter que enfrentar o pai.

Outra coisa que eu gostei muito foi que, além de focar no casal principal e nos problemas que este teve que enfrentar, o drama mostrou que não só os protagonistas tem problemas ou sofrem, mas todo mundo, até a classe alta da sociedade. Eu não acho possível odiar verdadeiramente nenhum dos estudantes da escola, que, por mais que no início eles pareçam aqueles típicos alunos que praticam bullying com os coleguinhas, passam também por problemas em casa e tem que sobrevier a cada dia a pressão do mundo. 

Teve muitas lágrimas, teve muitas brigas, teve momentos que deram raiva. Porém, teve muitos momentos engraçados lindos *-* vamos conferir uns aqui:


(Deveria mesmo colega)



(Sim, eu shipei o Young Do com a Eun Sang e o Tan. Os três eram perfeitos juntos)



(A Krystal estava espetacular nesse drama)





E aqui estão os melhores momentos ever:

(Toma sua bitch)






(Ta ferro, que beijo é esse, oppa?)

Minhas personagens favoritas:

A amizade dessas duas é linda e engraçada (xD)


Os atores foram ótimos (mesmo algumas personagens sendo meio chatinhas ou não muito bem exploradas) e quase todos os meus homens estão nesse drama

Por hoje é só. Espero que tenham gostado e que assistam ao drama.

Stalker

Meu peito se aquece
Que sensação é essa?
Chamam-me de louca
Entretanto não nego.

Nessa loucura de me preocupar contigo
Mesmo que nunca tenhamos nos falado
Abandonei minha sanidade
Quando te vi.

Não me importo que não me conheças
Apesar de desejar me aproximar.
Para alguém que não me conhece
Sei muito sobre tua vida.
Acompanho como a uma novela,
Desejando-te coisas boas
Irritando-me quando te fazem sofrer.

Sei também que muitos não me entendem
E por isso chamam-me de doida.
Contudo, não pretendo fazer-te mal
Eu só... Quero ficar perto de ti.
Admito que isso me adoece
Pois estou ficando obcecada
Pelo seu doce sorriso.

13 de ago. de 2014

Você


Você caminhava a minha frente
Não percebia meus pés
Se arrastando atrás dos seus.

Você parecia preocupada com algo
E talvez por isso não notasse
O quanto me importava com você.

Você se controlava para não chorar
Será que um dia notou
Quantas lágrimas derramei por você?

Você andando a minha frente
Com a mente tão entregue a seus pensamentos
E eu entregue a você.

Você sempre a frente
E eu vindo atrás
Observando cada passo.

Você que chorava, sem perceber
Que existia alguém
Para secar suas lágrimas.

Você que, por mais que não me notasse,
Me fazia tão bem
E me ajudava a superar cada dia.

Você



28 de jul. de 2014

Para Natalie

Tentei por diversas vezes
Achar as palavras certas
Encontrar a coragem necessária para pronunciá-las.
Tentei calar-me mesmo querendo falar
Tentei falar mesmo querendo calar-me.

Agora, escrevo.
Na expectativa de te mostrar
Caso tenha coragem.
O que espero?
Uma resposta. Curta e direta
Que tirará esse sufoco do meu peito.

Bem imagino a resposta
Mas sinto que preciso que me digas,
De maneira rápida
Que não deixe esse sufoco aumentar.
De modo rápido e eficaz.

Mas antes de uma resposta
Eu devo, pelo menos, expor o que sinto.

Nos últimos tempos
Venho brigando comigo mesma
Numa tentativa de não pensar em ti
Numa tentativa de ver-te como vejo os outros.
Inutilmente, admito.

Bem, mesmo me sentindo errada ao nutrir sentimentos por ti
Adoro sonhar contigo
Mesmo que ao acordar o sorriso suma.
Adoro conversar contigo
E eu sinto que já é necessidade.

Queria poder dizer que sinto nada por ti
Queria poder dizer que não passa de uma brincadeira
Queria dizer...
Mas não posso.
Algo há dentro de mim,
E digo que gosto de ti mais do que deveria.
Então me digas, tenho alguma chance contigo?

15 de jul. de 2014

Sobreviver

Eu queria que o relógio
Parasse um segundo
Queria ser envolvida
Pelo silêncio
E poder pensar na vida
Eu queria que essas vozes
Esses passos 
Esses toques
Cessassem e eu me sentisse livre
Pelo menos por um segundo
Mas a vida não é assim
E nós temos que conviver com tudo
E sobreviver a tudo... 

11 de jul. de 2014

[Resenha] Transcedence - A Revolução

      Como programador e estudante de computação, a proposta temática do filme Transcendence me chamou certa atenção. O trailer não é muito claro quento ao verdadeira proposta do filme, mas a ideia o carregamento de uma consciência humana em um meio cibernético me chamou a atenção então fui ao cinema hoje e me deparei com algo além das minhas expectativas.
      Transcedence é uma história sobre uma equipe de cientistas que procura desenvolver uma inteligência artificial em busca da aproximação da maquina com o homem. De repente, equipes de pesquisa em todos os EUA são assassinados por uma facção terrorista que considera aquela pesquisa uma ameaça a humanidade. O protagonista da história Will Caster (Johnny Deep) é um dos sobreviventes dos ataques e um dos mais avançados nas pesquisas, porém logo descobre que a bala que recebeu também o infectou com plutônio e a radiação o mataria em poucas semanas. Sua esposa e parceira de pesquisa (Rebecca Hall) encontra a solução ao perceber que a consciência de seu marido pode ser carregada num computador. Isso mesmo, como se faz com uma musica ou um filme, o 'upload' de uma mente humana.
      De forma geral, posso dizer que o filme me surpreendeu. Na poltrona do cinema, quando achei que veria mais uma história critica sobre como as pessoas perderam as relações sociais diante de um mundo cibernético, ou mesmo sobre a dependência do homem diante da tecnologia, um Wall-e da vida, Wally Pfister trás uma abordagem totalmente nova diante de questões antes apresentadas apenas aos estudantes da área de computação: Como criar uma inteligência artificial que mais próxima o possível da mente humana? Isto é, capaz de raciocinar, sentir, desenvolver uma moral e uma consciência. A resposta que ainda hoje parece impossível é proposta pelo filme como impossível, porém ao invés de criar, eles resolvem duplicar uma consciência já existente.
      Foi com muito sucesso que Wally Pfister conseguiu aproximar a ficção da realidade, apresentando um filme totalmente lógico e com poucos excessos da ficção científica. De repente, o filme traz avanços tecnológicos de anos de estudo em apenas dois. De desenvolvimento da nanotecnologia para curas de câncer, envelhecimento, membros perdidos e defeitos na morfologia da evolução do homem até algoritmos de reconhecimento e localização de criminosos em tempo real, tudo conceitos utópicos que várias pesquisas realmente tentam buscar, são mostrados no auge de criação. Então você pensa: "Que sem noção criar tudo isso em dois anos.", mas tenho certeza de que o diretor também se preocupou com isso. Ao colocar uma mente humana capaz de pensar criativamente e resolver problemas com a velocidade de processamento do computador, a inteligencia artificial consciente, acreditem quando digo, isso é sim completamente possível. 
      Um trabalho mais a fundo mostrou também o grau de trabalho feito na história, onde a inteligencia criada procura sempre aprimorar-se e expandir-se, com ideias cada vez mais ousadas, mas que colocam em duvida se ela possui mesmo ou não uma moral. Então uma segunda proposta e apresentada, onde a tecnologia busca substituir e melhorar o homem ao invés de ajudá-lo. Conceitos já vistos em Matrix e Exterminador do Futuro são novamente mostrados ao público, mais uma vez sem grandes extrapolações da ficção. Mais uma vez a história é bem trabalhada, sempre em crescimento e com várias características que engancham o filme a realidade.
     Quanto a atuação, Johnny Deep que de início imaginei ser  fraca e pouco emotiva, ao longo do filme percebi que foi totalmente proposital, como modo de transparecer a natureza virtual de sua mente, com o raciocínio lógico e a frieza da máquina substituindo as emoções humanas. Já Rebecca Hall se mostrou uma excelente atriz ao representar o paradoxo de uma mulher cheia de esperanças e fé, mas consciente da realidade e iludida apenas por escolha própria.
     Outro momento que parece ser uma falha na história a primeira vista é retomada como complemento a abordagem é: quando todos ficam subitamente temerosos com as possibilidades da máquina, o medo de que ela venha a dominar o homem surge quase que instantaneamente. Embora os temores pareçam se confirmar ao longo da história, é comentado várias vezes que o homem teme aquilo que não entende. Mais uma vez a abordagem psicológica é feita com empenho e confirmando o mérito dos outros filmes do diretor.
      Com grande excelência o filme traduz entre várias questões, as possibilidades da tecnologia e a preparação do homem para tais avanços. É um filme culto, bastante psicológico, que trabalha muito mais humanidade do que máquina e busca os espectadores a todo instante surpreender a todo instante. É dessa forma um grande sucesso, sem apelações para ganhar o público como os últimos filmes feitos atualmente. A composição de Mychael Danna tem pouco brilho, o que nos faz sentir falta de Hans Zimmer, mas não chega a ser um ponto negativo. Recomendo bastante para todos que quiserem ver uma história trabalhada e se surpreender com ideologias e conceitos velhos sob a nova abordagem. Deixo aqui minhas parabenizações ao toda equipe do longa. Aos que leram esse texto, meus agradecimentos e fiquem bem.

7 de jul. de 2014

Sem título


Você está sentada encarando o chão,
Como se quisesse sumir.
Está envergonhada
Pelo que perguntou,
Mas espera uma resposta.
Qualquer resposta,
Apenas para acalmar o coração.
Mesmo que fosse um não...
Eu estou lá,
Lhe encarando atento,
Pensando no que dizer,
Medindo cada palavra
Para não lhe fazer chorar.
Por mais que você esperasse um não,
Para parar de ter esperança,
Eu não poderia dá-lo.
Não era aquilo que eu sentia
...
Eu queria lhe dar alguma resposta,
Mas não posso fazê-lo nem para mim.
Meu coração está tão confuso,
Como se fosse um labirinto
E a saída parece tão distante e tão caótica...
Eu queria poder lhe dizer apenas não
Mas não é aquilo que eu sentia.
Eu juro que queria entender,
Queria poder lhe explicar,
Mas talvez nunca poderei.
Não quero lhe fazer esperar
Pela minha mente tumultuada.
Um não seria bem mais simples...
Mas ... Como posso dá-lo?
Se não é aquilo que sinto?

Qual a melhor resposta
Para resumir tudo
E não lhe fazer sofrer mais?

E você subia os olhos para mim,
E meus olhos não tinham respostas.
Como eu poderia responder...

27 de jun. de 2014

Voando

O vazio dos meus olhos
O silêncio de meus lábios
A imobilidade de meu corpo
...
Toda vez que a minha mente
Voa para longe
...
Toda vez que minha alma
Se permite sonhar 

22 de jun. de 2014

O quanto eu lhe amo...

Os holofotes tinham mirado nela. Eu estava na platéia e os meus olhos a encaravam com tanta atenção quanto os das pessoas ao redor. Ela estava linda como sempre, mais linda do que qualquer outra mulher ali, eu tinha certeza. 

A música começou a tocar. Ela segurou o microfone com força e procurou alguém na platéia. Pousou os olhos em mim e sorriu. Eu não deveria, mas sorri de volta.

Aproveitei cada segundo antes dela começar a cantar para pensar em cada segundo das semanas anteriores. Tínhamos brigado e a distância me matava. Não gostava nenhum pouco de vê-la triste, mas acho que ela deveria ter pensado um pouco em mim também.

Desviei o olhar e sentir sua doce voz abrindo caminho pelas minhas orelhas.

Eu... Esse era sempre o meu problema
Minha vida passei pensando em mim.
Meu coração não era forte o suficiente
Para deixar de lado tudo o que passou.
Eu continuava sofrendo com as mesmas feridas
Não conseguia esquecê-las.

Como eu queria que não fosse verdade. Você em cima do palco, cantando aquela música que eu conhecia tão bem e combinava tão bem com nós dois... Como eu queria dizer que um terço daquilo que escrevi para você não fosse verdade.

Eu... Deveria parar um pouco de pensar em mim.
Deveria deixar de sofrer pelo passado
E ter medo de achar um novo futuro.
Eu... Deveria seguir em frente
E tentar algo novo
Mas esse nunca foi meu forte.

Nós dois sabíamos bem como era difícil deixar o passado e arrumar um novo rumo para a vida. Como era sempre tão difícil? Como podíamos dar um passo a frente se nós dois queríamos voltar ao passado?

Um dia eu vou me esquecer ...
Toda aquela paixão inútil que me fez sofrer
Não irá passar mais em minha mente
Tudo o que um dia me fez chorar
Vai me ajudar a ser mais forte.
Eu vou olhar para frente...

Voltei os olhos novamente para ela e percebi que ela me encarava com muito mais vontade. Eu sabia que cantava para mim, cantava para nós dois. Sempre soubemos daquilo, um dia teríamos que deixar nosso passado e descobrir uma nova trilha para o futuro. 

Eu via lágrimas em seus olhos, mas ela se mantinha firme, sua voz não chegava nem a tremer.

Eu... Não conseguia lhe ver ao meu lado
Mesmo você estando sempre lá
Eu não conseguia parar de olhar para trás
Enquanto você queria me puxar para frente
Eu simplesmente não conseguia ir.

Eu tinha parado naquela parte, não esperava que ela continuasse, mas ela acrescentou suas estrofes às minhas.

Eu sabia que você tinha as mesmas dores,
Sabia que sofria tanto quanto eu,
Sabia que só continuaríamos se fosse juntos,
Mas eu não conseguia parar de pensar em mim
E por isso peço desculpas.

Eu... Queria ter agarrado sua mão
Quando ainda podia.
Queria lhe guiar como você me guiava.
Queria lhe fazer feliz o tanto que me fez
Mas eu não conseguia.

Eu... Só conseguia pensar em mim
Mesmo você estando lá me esperando
Para seguir seu caminho.
Seguir nós dois juntos...
Mas eu só pensava em mim.

Desculpa todo o sofrimento que lhe causei
Desculpa tudo o que deixei passar
Desculpa não ter lhe ajudado
Queria poder fazer tudo isso agora
Mas eu sei que meus erros
Lhe afastaram de mais.

Um dia eu vou me esquecer ...
Toda aquela paixão inútil que me fez sofrer
Não irá passar mais em minha mente
Tudo o que um dia me fez chorar
Vai me ajudar a ser mais forte.
Eu vou olhar para frente...

E vou estar lá junto a você
Eu estarei lá a cada segundo
Para lhe dizer em todos eles
O quanto eu lhe amo.

Ela não conseguiu mais segurar as lágrimas, nem eu conseguia impedir as minhas de encharcar minha face. Alarguei o sorriso e sussurrei lentamente um "eu te amo". Ela sorriu para mim. Agradeceu as palmas da platéia. Saiu secando as lágrimas.

O quanto eu lhe amo...

12 de jun. de 2014

Poeminha do dia dos namorados

Como não podia deixar de ser, olha só eu aqui vindo postar um poema sem graça, só pra lembrarmos que não é só a abertura da copa, é também o dia dos namorados. Aquele dia onde as solteiras se juntam a um pote de sorvete e um filme bem triste (romântico), sqn.


És tu que me aqueces o coração
Entretanto nem sabes.
És tu em quem penso sem cessar
És tu com quem sonho toda noite.
És tu que quero chamar de minha.

És tu... és tu...
És tu que me conheces
Entretanto nunca me compreenderás.
És tu quem chamo quando quero alguém comigo
És tu que vem me alegrando.

És tu...
Que me cora a face
Com um simples contato.
És tu que me envergonha
Ao apontar minha insegurança,
Esta que não muda
Nem adianta mais tentar.

És tu...
Sou eu,
Contudo nunca seremos nós.



Feliz dia dos namorados para vocês galera, porque eu vou aproveitar o dia 12 como o dia da abertura dos jogos, já que sou solteira e gosto de futebol, né? A menos que me deem um pote de sorvete, ai a conversa muda. Mais uma vez, feliz dia dos namorados, aos que amam e não são correspondidos: tamo junto! Mas uma hora dá certo, pelo menos para vocês :)

1 de jun. de 2014

Niko - Dia 31 - Eu

Eu....
Imprevisível? Nunca.
Formada por uma fórmula
Substitua X por algo
E Y será minha reação a esse algo.

Eu...
Amante da dor,
Simpatizante da morte.
Masoquista sentimental.

Eu...
O ombro que muitos procuram
O conselho sem sentido
A sem opinião.

Eu...
A personagem de novela mexicana
A exagerada,
A sem noção




E agora, posso tirar minhas férias. kkkkkkkkk

Niko - Dia 30 - Amor

Amor...
Amo essa sensação
Esse frio que escorre pela garganta
E pouco depois de alguns goles
Já torno-me mais risonha.

Amor...
Amo aquele doce
Que como quando estou triste.

Amor...
Nem sempre é por pessoas.
Elas nos machucam
Já comida e bebida não.

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