8 de nov. de 2014

Armário das lágrimas

As lágrimas que não podem nem devem ser ouvidas
Não em casa, não pela família,
Só se permite cair antes de dormir.
Ou enquanto banho,
Onde as gotas do chuveiro se juntam as minhas lágrimas.

Mesmo que eu queira gritar aos quatro ventos
Não posso.
Serei a vergonha da família,
A pessoa mais desprezível,
Doente, que não ligo para meus pais.

- O que os vizinhos dirão?
- Não criamos você para isso!
- Onde erramos?
Perguntas que sei que virão.
Mais cedo ou mais tarde.

Hoje escolho esconder o meu eu
Por trás do fone de ouvido alto
Por trás da minha falta de interesse nas pessoas que passam.
Não que eu não ligue para as pessoas,
Mas é mais fácil não ver
E assim não comentar.

Hoje eu me escondo
E as lágrimas continuarão saindo escondidas
Sem consentimento
E quando percebidas
Com uma desculpa esfarrapada.

Passarei mais uns anos aqui,
Com as portas do armários fechadas.
E mesmo que eu venha a ser a decepção da família
E mesmo que isso me doa,
Eu simplesmente não posso mudar.
O máximo que eu poderia fazer
Seria deixar de existir,
Contudo não é algo que eu queira.


Niko


E desculpem a ausência até parece que alguém sente minha falta, mas falta de criatividade agora é quase minha melhor amiga, e não tem me deixado. Sem contar, que isso aqui também não tá lá essas coisas. Mas eu realmente precisava desabafar

Um comentário:

  1. Gostei do poema.Tem um pouco do meu jeito de ver o mundo nele.

    http://livrosperfeitosmsoffiati.blogspot.com/

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