30 de abr. de 2013

O Ovo e a Galinha


         Era uma vez uma galinha chamada Delfina. Isso mesmo. Galinha, a grandiosa ave de rapina Gallus gallus domesticus, e seu nome era Delfina. E este é o relato da breve história de vida que tive com ela. Relato, não se engane, pois as palavras que aqui escrevo são tão verídicas quanto eu, você ou Delfina. Pois tudo isso realmente aconteceu alguns anos atrás, embora eu só venha a escrever agora por estar imbuído, neste mesmo momento, de grande saudade da boa companheira quer me foi, Delfina.
         Certa noite, passei na cozinha de minha casa, pois era atormentado pelos piores desejos carnais que o homem já possuiu. Desejo daqueles que embrulha e revira o estomago e nos devora por dentro e não passa. Raramente passa. Na verdade, já era minha quarta ou quinta jornada em direção a cozinha, porque tal desejo, tão insaciável, já me havia acometido horas atrás. E em nenhuma das peripécias anteriores á cozinha resolveu meu problema.
          Primeiro o armário. Vazio. O trágico e infeliz vazio do nada, que assombrou-me naquele momento. Depois a dispensa outra vez. Vazio. Se existe alguma palavra que pode expressar o que um reles humano rente ao se deparar com aquele vazio ela seria Desolação. E, quando as esperanças escorriam como água entre os dedos, veio-me a mente a mais brilhante das ideias. A geladeira.
         Tolo. Por que haveria de haver alguma coisa na geladeira? Nunca nos incontáveis dias de minha vida eu encontrara algo de realmente valioso por lá. Mas tolo mesmo era eu por não ter pensado nela antes, pois, ao abrir as portas, com meu coração a boca, encontrei o maior dos tesouros, aquele que me saciaria todos os desejos mais profundos.
         Havia arroz, e também havia feijão. Aqueles deliciosos pratos de arroz branco e feijão carioca. Contudo nada é completo, nem mesmo a felicidade. E, para a minha desgraça, não havia carne. Em que casa não existe carne? A mesma em que não se encontra quase nenhuma comida.
         Contei o caso para um grande amigo mais tarde e ele compreendeu meu sofrimento. “Intriga-me os motivos de não haver fritado nem um ovo para acompanhá-lo.” Ele comentou. E tudo que respondi foi: “Feliz aqueles que possuem um mísero e único ovo para essas horas, meu caro.”
         No primeiro dia que se seguiu ao trágico evento, ocorreram as compras, e finalmente haveria do que comer em casa. No segundo dia, a noite foi mais feliz e até dormir bem eu pude. No terceiro dia, reencontrei meu amigo pessoalmente e ele, dizendo o quanto ficou tocado com minhas dificuldades, trouxe-me um presente. Muito estranho aquele embrulho de formas retangulares, lembro-me bem até hoje de ficar curioso para saber o que havia ali dentro.
         Rasguei o embrulho e retirei a tampa da caixa para enfim me deparar com uma galinha. Delfina era seu nome. Delfina era ave. Delfina era a Ave. Ave Delfina. “Crie a galinha e sempre terá o ovo para comer, mesmo que o resto lhe falte a mesa.” Exclamou meu amigo. E seguindo seu conselho eu criei a Delfina. Criei, sim senhor, por quase um mês me felicitei com companhia enquanto aproveitava de seus nada menos que deliciosos ovos. Bons dias aqueles, posso dizer.
         Em quatro semanas seguintes ao inicio de nossa convivência, no entanto as compras haviam acabado e os ovos de Delfina eram tudo o que ainda me mantinha nessa vida. Grato sou pela galinha, pois não apenas boa  companheira, ela era também o elixir que me trazia a vida. Mas as criaturas ferozes e ignóbeis que habitam minha casa e a que chamo de família enjoaram dos ovos e quiseram tirar proveito da pobre e doce Delfina que sempre fora tão boa com eles. Assim, assassinaram e devoraram a galinha. Abismado, quando eu descobri a atrocidade canibal e cruel de seus atos, já era tarde demais.
         Era uma vez uma galinha chamada Delfina. Era porque não é mais. E este é o relato da breve história de vida que tive com ela. Breve vida a dela, não se engane, pois em casas de famintos não dura a boa comida. Mas grande é a saudade da boa companheira quer me foi, Delfina.

Enki



Um agradecimento especial para o meu irmão de coração J.P.
 que trouxe as ideias das quais sairam esse conto!
 Obrigado por tudo, cara!

29 de abr. de 2013

Cara Senhorita

Cara Senhorita
Sinto tanto a tua falta
Sinto falta dos meus momentos contigo
Falta dos teus beijos calorosos e doces.

Fecho meus olhos e só me lembro de ti.
Quando abro meus olhos e não te vejo
Sinto meu peito se estilhaçar.
Sinto tanto a tua falta.

As lembranças que rondam minha mente
Desamparam-me, entristecem-me.
Sinto falta dos teus beijos
Sinto falta do teu olhar, do teu sorriso.

Deito-me e levanto-me
E tu estás na minha mente
Todo dia, toda hora
És tu quem eu quero.

Cara Senhorita
Eu te amo.
Sem mais delonga,
O teu amor.


Niko

28 de abr. de 2013

Dos Contos de Carceri - O Olho

    Era uma sala cinza. A nauseante sala cinza-ferro que enjoava toda vez que se olhava para as paredes. Um cubo, frio, escuro, geometricamente composto, paredes rústicas e vazias, um quarto vazio, chão, teto e paredes. É o quarto-sala vazio que habito. Carceri.
      Vivo? Não sei. Talvez. Ou não. Não há lembranças de mais nada fora aquelas extensões metálicas. Conheço existências. Sei diferenciar cores e luzes, tenho ideia do que são plantas, sol, ar, mas creio que nunca vi nada disso. Não sei nem se exite algo além do meu ego e dessa sala, pois nunca vi ou ouvi nada. Existe um pedaço da parede que sai a cada tempos.
      A cada tempos porque não sei dizer quanto tempo passa desde que a parede sai da ultima vez até a próxima. A cada tempos por que a contagem deles se torna insignificante perto da eternidade a que vivo assim. E a parede também não abre inteira, nem toda, mas um pequeno retângulo dela que se projeta para fora. Ainda assim ela sai a cada tempos e lá encontro matérias esquisitas e viciosas.Um líquido que me ajuda quando penso ficar tão sólido quanto o ferro que compõe as paredes. Tão seco e áspero quanto a sala cinzenta. E também tem coisas sem gosto que me devolvem as forças até a parede abrir novamente. Que me trazem pensamentos e que me erguem do chão embora sejam insuportavelmente enjoativas.
      E a cada tempos também há um olho. Olho maldito que me observa por mais tempos. Um circulo brilhante que solta fachos fortes de luz, escarlate como sangue, e me impedem de dormir e me observa sem parar. Observa, observa observa e observa. Saiba que também o observo olho. Não tenho força para manter a mesma persistência que você, mas eu o observo e que isso fique bem claro. Do momento em que acordo ao que apago, sei que você me observa e assim eu também o observo. Olho insuportável.
       Grito, berro, deliro e o amaldiçoo, pois não sei o que você é mas sei que me observa. Sei que me escuta, sei que me segue, sei que você sabe o quanto me atormenta, que sabe a loucura a que me imbui. Olho que me observa. Você me vê. Todo, completo, nu você me vê. Tudo que eu sinto, tudo que eu passo, tudo que eu faço, você vê. Vê minha raiva, vê minha ira, vê minha cólera e ri em silêncio pois sabe que tudo isso é por sua culpa. E tudo que eu vejo é você me vendo. Olho do inferno, eu também o observo.
       Observo você me observando, olho maníaco.

Enki

26 de abr. de 2013

Fics

Então, como hoje estou com preguiça de fazer o que tenho de fazer, vou aproveitando pra mexer aqui

Pra quem gosta de fics, principalmente yuri, e gosta de Pretty Little Liars (só eu acho isso um trava línguas?) tenho duas fics para recomendar, essa autora escreve muito bem e fala do melhor casal possível Spemily (adoooro) sem contar que ela consegue te manter interessada na história desde o começo e tenho certeza que você só desgrudará quando ela terminar de escrever (o que espero que demore muito)

A primeira da qual não desgrudo, é meio grande, mas é ótima http://fanfiction.com.br/historia/294215/Como_Me_Apaixonei_Pela_Minha_Amiga

e a outra que podemos dizer que ainda está no ínicio, relativamente, e adoro também
http://fanfiction.com.br/historia/319429/A_Ultima_Fuga




Niko

Take the World Will.i.am ft. 2NE1


Então, não sei se vocês viciam em algumas músicas tão fácil quanto eu, mas essa música realmente merece comentários ótimos. As garotas lindas do 2NE1 (vício da Nane) com Will.i.am só podia dar coisa boa, agora é esperar pelo vídeo oficial, e aprender a música toda. Uma música que dá muita vontade de dançar. Espero que gostem tanto quanto eu.

Niko

Cada palavra que tu dizes
Escuto atentamente.
Cada sorriso que tu dás
Serve para eu me apaixonar mais.

Cada carinho que me fazes
Deixa-me feliz.
Cada abraço que me dás
Sinto-me forte o suficiente para enfrentar tudo.

Cada beijo que me dás
Ainda sinto o mesmo frio na barriga.
Cada momento contigo
É apenas um pouco do que queria passar.

A cada momento meu peito grita teu nome
A cada momento meu sorriso se abre para ti
A cada momento seu rosto continua na minha mente
A cada momento... eu te amo mais.





Niko

Queria

-Queria poder gritar.
  A sociedade tapa a minha boca.
-Queria poder...
-É errado!
-Queria...
-Não, não pode!
-Queri...
-Isto é incoerente!
-Que...
-Errado! Tudo errado!

Queria poder gritar
Mas se abro a boca a sociedade castiga.
Se tento dizer uma palavra
Sou julgada por escolhas
Que na verdade nem escolhas são.

Num país onde tem direito a liberdade de expressão
Eu não tenho.


Niko

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