8 de jul. de 2011

Sangue do amor

Naquela manhã, havia um rapaz sentado em um banco de uma praça, com expressão de nervosismo no rosto. Levantava, andava, passava mão na cabeça e voltava a se sentava.

Esse rapaz segurava um papel que de vez em quando o lia. Uma garota se aproximou dele.

-Amor, eu consegui um emprego em outro estado e aceitei. - Ele disse.

-Mas não posso abandonar meus pais. Papai está tetraplégico e mamãe ganha pouco para nos sustentar. Não ganho bem e em breve sairei do trabalho por causa da gravidez. Não dá para irmos.

-Amor, a gente não vai.

-Mas disse que aceitou.

-Exatamente. Nós não vamos, eu vou.

-E como eu fico? - A moça caiu em pranto.

-Vou trabalhar lá porque ganho mais e assim posso garantir um futuro para o nosso filho. - Agora ele também chorava.

-Podemos criar nosso filho com você aqui.

-Eu não quero vê-lo passar fome, por isso eu vou. - E mostrou nossa passagem.

-Não vá, por favor, fique. - Abraçavam-se e choravam.

-Prometo que virei sempre que possível e voltarei para o lado de vocês o mais rápido que eu puder. - Ele a abraçava como se a protegesse de alguma coisa.

Naquele instante, dois carros corriam em alta velocidade, um da polícia perseguindo o outro e trocavam tiros. Aquele jovem casal foi baleado e agora os bombeiros cobrem o pobre casal falecido.


Niko

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