11 de jul. de 2014

[Resenha] Transcedence - A Revolução

      Como programador e estudante de computação, a proposta temática do filme Transcendence me chamou certa atenção. O trailer não é muito claro quento ao verdadeira proposta do filme, mas a ideia o carregamento de uma consciência humana em um meio cibernético me chamou a atenção então fui ao cinema hoje e me deparei com algo além das minhas expectativas.
      Transcedence é uma história sobre uma equipe de cientistas que procura desenvolver uma inteligência artificial em busca da aproximação da maquina com o homem. De repente, equipes de pesquisa em todos os EUA são assassinados por uma facção terrorista que considera aquela pesquisa uma ameaça a humanidade. O protagonista da história Will Caster (Johnny Deep) é um dos sobreviventes dos ataques e um dos mais avançados nas pesquisas, porém logo descobre que a bala que recebeu também o infectou com plutônio e a radiação o mataria em poucas semanas. Sua esposa e parceira de pesquisa (Rebecca Hall) encontra a solução ao perceber que a consciência de seu marido pode ser carregada num computador. Isso mesmo, como se faz com uma musica ou um filme, o 'upload' de uma mente humana.
      De forma geral, posso dizer que o filme me surpreendeu. Na poltrona do cinema, quando achei que veria mais uma história critica sobre como as pessoas perderam as relações sociais diante de um mundo cibernético, ou mesmo sobre a dependência do homem diante da tecnologia, um Wall-e da vida, Wally Pfister trás uma abordagem totalmente nova diante de questões antes apresentadas apenas aos estudantes da área de computação: Como criar uma inteligência artificial que mais próxima o possível da mente humana? Isto é, capaz de raciocinar, sentir, desenvolver uma moral e uma consciência. A resposta que ainda hoje parece impossível é proposta pelo filme como impossível, porém ao invés de criar, eles resolvem duplicar uma consciência já existente.
      Foi com muito sucesso que Wally Pfister conseguiu aproximar a ficção da realidade, apresentando um filme totalmente lógico e com poucos excessos da ficção científica. De repente, o filme traz avanços tecnológicos de anos de estudo em apenas dois. De desenvolvimento da nanotecnologia para curas de câncer, envelhecimento, membros perdidos e defeitos na morfologia da evolução do homem até algoritmos de reconhecimento e localização de criminosos em tempo real, tudo conceitos utópicos que várias pesquisas realmente tentam buscar, são mostrados no auge de criação. Então você pensa: "Que sem noção criar tudo isso em dois anos.", mas tenho certeza de que o diretor também se preocupou com isso. Ao colocar uma mente humana capaz de pensar criativamente e resolver problemas com a velocidade de processamento do computador, a inteligencia artificial consciente, acreditem quando digo, isso é sim completamente possível. 
      Um trabalho mais a fundo mostrou também o grau de trabalho feito na história, onde a inteligencia criada procura sempre aprimorar-se e expandir-se, com ideias cada vez mais ousadas, mas que colocam em duvida se ela possui mesmo ou não uma moral. Então uma segunda proposta e apresentada, onde a tecnologia busca substituir e melhorar o homem ao invés de ajudá-lo. Conceitos já vistos em Matrix e Exterminador do Futuro são novamente mostrados ao público, mais uma vez sem grandes extrapolações da ficção. Mais uma vez a história é bem trabalhada, sempre em crescimento e com várias características que engancham o filme a realidade.
     Quanto a atuação, Johnny Deep que de início imaginei ser  fraca e pouco emotiva, ao longo do filme percebi que foi totalmente proposital, como modo de transparecer a natureza virtual de sua mente, com o raciocínio lógico e a frieza da máquina substituindo as emoções humanas. Já Rebecca Hall se mostrou uma excelente atriz ao representar o paradoxo de uma mulher cheia de esperanças e fé, mas consciente da realidade e iludida apenas por escolha própria.
     Outro momento que parece ser uma falha na história a primeira vista é retomada como complemento a abordagem é: quando todos ficam subitamente temerosos com as possibilidades da máquina, o medo de que ela venha a dominar o homem surge quase que instantaneamente. Embora os temores pareçam se confirmar ao longo da história, é comentado várias vezes que o homem teme aquilo que não entende. Mais uma vez a abordagem psicológica é feita com empenho e confirmando o mérito dos outros filmes do diretor.
      Com grande excelência o filme traduz entre várias questões, as possibilidades da tecnologia e a preparação do homem para tais avanços. É um filme culto, bastante psicológico, que trabalha muito mais humanidade do que máquina e busca os espectadores a todo instante surpreender a todo instante. É dessa forma um grande sucesso, sem apelações para ganhar o público como os últimos filmes feitos atualmente. A composição de Mychael Danna tem pouco brilho, o que nos faz sentir falta de Hans Zimmer, mas não chega a ser um ponto negativo. Recomendo bastante para todos que quiserem ver uma história trabalhada e se surpreender com ideologias e conceitos velhos sob a nova abordagem. Deixo aqui minhas parabenizações ao toda equipe do longa. Aos que leram esse texto, meus agradecimentos e fiquem bem.

Um comentário:

  1. É um filme raro, mas bom. Eu gostei, havia muitos elementos que pareciam muito atraente para mim, a sequência de ideias foi bom, mas alguma coisa aconteceu durante esse filme que não se conformava Trascender; no entanto, é um muito interessante para quem gosta de filme de ficção científica, o colapso da humanidade e do governo conspirações. Ele tem seus contras, mas é definitivamente interessante perguntar-nos mesmo com filmes, dilemas éticos que existem na ciência e desenvolvimento. Nós dois estamos dispostos a sacrificar a nossa ética e morais, a fim de salvar vidas; um debate que queima quando se trata de células, nanotecnologia e ciência médica-tronco.

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